terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
                                            
             Poemas de Amor
Desde sempre que as «cantigas de amigo» e a poesia fazem parte da tradição portuguesa.
Aqui deixamos alguns poemas para que deles possamos tirar alguma inspiração e, quiçá, remeterem-nos para a partilha de sentimentos...





      Olhos Negros                           

           Por teus olhos negros, negros,                    
           Trago eu negro o coração,                          
           De tanto pedir-lhe amores...                       
           E eles a dizer que não.                                             


          E mais não quero outros olhos,                    
          Negros, negros como são;                            
          Que os azuis dão muita esp'rança                
          Mas fiar-me eu neles, não.                                      

         Só negros, negros os quero;                                     
         Que, em lhes chegando a paixão,                            
         Se um dia disserem sim...                             
         Nunca mais dizem que não.                                           
                   Almeida Garrett                                                
                                                                                        
                                                                                        

                     
            AMAR
       Eu quero amar, amar perdidamente!                        
       Amar só por amar: aqui... além...
       Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
       Amar! Amar! E não amar ninguém!


       Recordar? Esquecer? Indiferente!...
       Prender ou desprender? É mal? É bem?
       Quem disser que se pode amar alguém
       Durante a vida inteira é porque mente!


       Há uma primavera em cada vida:
       É preciso cantá-la assim florida,
       Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!



       E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
      Que seja a minha noite uma alvorada,
      Que me saiba perder... pra me encontrar...
      

                                Florbela Espanca
                                                                                        
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
        ALMEIDA GARRETT
1799 - 1854

Iniciador do Romantismo, refundador do teatro português, criador do lirismo moderno, criador da prosa moderna, jornalista, político, legislador, Garrett é um exemplo de aliança inseparável entre o homem político e o escritor, o cidadão e o poeta. Nasceu no Porto, no seio de uma família burguesa, que se refugiou na Ilha Terceira, a fim de escapar à segunda invasão francesa. Nos Açores, recebeu uma educação clássica e iluminista (Voltaire e Rousseau, que lhe ensinaram o valor da Liberdade), orientada pelo tio, Frei Alexandre da Conceição, Bispo de Angra, ele próprio escritor. Quando foi estudar para Coimbra, envolveu-se com a política e identificou-se com a luta das ideias liberais, que aí se fomentavam. Em 1822, foi nomeado funcionário do Ministério do Reino, casou com Luísa Midosi e fundou o jornal para senhoras, O Toucador.
De 1823 a 1826, continuou a sua actividade jornalística, política e de escritor, mesmo estando exilado.
Em 1836, regressou a Lisboa, separou-se de Luísa Midosi e fundou o jornal O Português Constitucional. Nesse mesmo ano, foi incumbido pelo governo da organização do Teatro Nacional.
É por esta altura que inicia um romance com Adelaide Deville, que morrerá em 1841, deixando-lhe uma filha (episódio que o inspirará em Frei Luís de Sousa).
Como romancista, Garrett é considerado o criador da prosa moderna em Portugal.
Na poesia, foi dos primeiros a libertar-se dos cânones clássicos e a introduzir em Portugal a nova estética romântica.


Curiosidades

Almeida Garrett era vaidoso no vestir, procurava dissimular os defeitos físicos, e raras vezes dizia ao certo a sua idade. Costumava gabar-se da sua capacidade de trabalho. Dizia ter escrito o Frei Luís de Sousa em treze dias, o que fez Ramalho Ortigão dizer ironicamente que Garrett em algumas horas da noite
escrevia a sua obra e gastava uma manhã inteira a barbear-se e a perfumar-se.

Acerca de mim

Somos um grupo de Docentes do Agrupamento de Escolas de Pedras Salgadas, apostados em fazer descobrir os autores que escrevem e escreveram para que possamos viajar, descobrir, amar, e o que mais possas imaginar! Tudo condensado num punhado de páginas brancas semeadas de letras.
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